Até 1610 o “reino de Benguela” era apenas um referência para os portugueses de Luanda. A Prata de Cambambe e os negócios com Angola e o Congo (com Álvaro II) ofuscaram sempre a ideia de ir para o Sul. Em Luanda chegavam notícias de haver muito cobre nos planaltos de Benguela em lugares onde ninguém sabia precisar. O facto é que à costa chegavam aos tripulantes pulseiras em latão ou em cobre atribuíveis aos Quilengues e Mhuílas.
É com o Governador Manuel da Cerveira Pereira (governador Geral entre 1603 e 1607) e o seu sucessor Manuel Pereira Forjaz (Governador Geral entre11607 a 1615) que o sertão” de Benguela chega aos ouvidos do rei luso espanhol Filipe II, por empolamento do primeiro governador, ambicioso e hábil em manobras políticas, das riquezas minerais ao Sul do Cuanza, logo que a fama da prata de Cambambe provou o logro a chegaram.
Manuel Cerveira Pereira depois de se ver livre da prisão por desvio de fundos e falsificação de documentos da fazenda, graças porventura às sua propaganda sobre o projecto de alargar para sul a influência da coroa e da bíblia para as terras de Ombaka e alcançar o ouro do Monomotapa, conseguiu a proeza de o rei o ilibar de todas as culpas em 1609 passando a elogiá-lo.
Em 1612 foi escolhido para conquistar o Sul quando era Governador-geral, Bento Banha Cardoso. Para tal façanha o arrojado militar da coroa não exigia nada mais do que formar um novo reino, do qual seria ele o titular administrativo. Apesar de não ter sido satisfeito uma parte significativa da exigência em recursos, conseguiu de facto que, em Abril de 1615, lhe fossem entregues alguns meios para a conquista e instalação de uma sede do reino. Como a autoridade do Rei nem sempre era sentida no terreno. O Governador-geral tratou de boicotar, por não querer a separação do reino de Angola, ou por não dispor mesmo, dos meios requeridos por Cerveira e inscritos no alvará régio de Fevereiro de 1615.
Na verdade, é que o capitão Cerveira que além da fama ( com proveito) de ser corrupto e amigo da delapidação dos interesses da fazenda real, tinha ainda a fama e, de facto, o proveito, de ser arrogante, cruel e mau carácter. Por estes predicados todos, os meios militares que queria, não foram conseguidos. (modelo de uma nau de guerra do início do séc. XVII como a que Cerveira levou para Benguela)
Anda assim Cerveira largou de Luanda a 1 de Abril de 1617 com “ 130 homens armados da tropa branca e negra, em quatro navios e um patacho” .
Passou depois à procura do lugar ideal para fundar a capital. Sabe-se que chegou quase a Tômbua à procura do lugar, gastando parte do cacimbo nisto: para trás e para a frente, desde Benguela a Velha.
( modelo de um patacho, uma das embarcações que acompanhou a esquadra capitaneada por M. C. Pereira) Contudo a 17 de Maio decidiu-se pelo território entre o Rio Cavaco e o rio Coringe isto é o pior sítio que podia encontrar pela sua insalubridade. Escondido pela generosidade do cacimbo de 1617, os pântanos do Coringe e da foz do Cavaco (ou Marimbombo), viriam uns meses mais tarde a revelar-se fatais. Mesmo assim orgulhoso, nunca reconheceu o erro.
Rezava assim a carta que enviou ao seu protector Filipe II a justificar a escolha do local:
“ Por não achar em toda esta costa até à altura dita (de quinze graus e meio) melhor porto, terra de mais salutíferos ares, fértil e abundante do mantimento da terra, como a abundância de muito e diverso peixe que há nesta baía, estando vizinho de dois rios que correm de excelente água” ( Alfredo Felner – Angola, pág. 546) situado na Baía que antes tinha sido apelidada por S. António e onde antes Paulo Dias de Novais tinha mandado construir um fortim. Para bajular o rei, chamou-lhe de cidade de S. Filipe de Benguela. Com São Lourenço, seu padroeiro.
É com o Governador Manuel da Cerveira Pereira (governador Geral entre 1603 e 1607) e o seu sucessor Manuel Pereira Forjaz (Governador Geral entre11607 a 1615) que o sertão” de Benguela chega aos ouvidos do rei luso espanhol Filipe II, por empolamento do primeiro governador, ambicioso e hábil em manobras políticas, das riquezas minerais ao Sul do Cuanza, logo que a fama da prata de Cambambe provou o logro a chegaram.
Manuel Cerveira Pereira depois de se ver livre da prisão por desvio de fundos e falsificação de documentos da fazenda, graças porventura às sua propaganda sobre o projecto de alargar para sul a influência da coroa e da bíblia para as terras de Ombaka e alcançar o ouro do Monomotapa, conseguiu a proeza de o rei o ilibar de todas as culpas em 1609 passando a elogiá-lo.
Em 1612 foi escolhido para conquistar o Sul quando era Governador-geral, Bento Banha Cardoso. Para tal façanha o arrojado militar da coroa não exigia nada mais do que formar um novo reino, do qual seria ele o titular administrativo. Apesar de não ter sido satisfeito uma parte significativa da exigência em recursos, conseguiu de facto que, em Abril de 1615, lhe fossem entregues alguns meios para a conquista e instalação de uma sede do reino. Como a autoridade do Rei nem sempre era sentida no terreno. O Governador-geral tratou de boicotar, por não querer a separação do reino de Angola, ou por não dispor mesmo, dos meios requeridos por Cerveira e inscritos no alvará régio de Fevereiro de 1615.
Na verdade, é que o capitão Cerveira que além da fama ( com proveito) de ser corrupto e amigo da delapidação dos interesses da fazenda real, tinha ainda a fama e, de facto, o proveito, de ser arrogante, cruel e mau carácter. Por estes predicados todos, os meios militares que queria, não foram conseguidos. (modelo de uma nau de guerra do início do séc. XVII como a que Cerveira levou para Benguela)
Anda assim Cerveira largou de Luanda a 1 de Abril de 1617 com “ 130 homens armados da tropa branca e negra, em quatro navios e um patacho” .
Passou depois à procura do lugar ideal para fundar a capital. Sabe-se que chegou quase a Tômbua à procura do lugar, gastando parte do cacimbo nisto: para trás e para a frente, desde Benguela a Velha.
( modelo de um patacho, uma das embarcações que acompanhou a esquadra capitaneada por M. C. Pereira) Contudo a 17 de Maio decidiu-se pelo território entre o Rio Cavaco e o rio Coringe isto é o pior sítio que podia encontrar pela sua insalubridade. Escondido pela generosidade do cacimbo de 1617, os pântanos do Coringe e da foz do Cavaco (ou Marimbombo), viriam uns meses mais tarde a revelar-se fatais. Mesmo assim orgulhoso, nunca reconheceu o erro.
Rezava assim a carta que enviou ao seu protector Filipe II a justificar a escolha do local:
“ Por não achar em toda esta costa até à altura dita (de quinze graus e meio) melhor porto, terra de mais salutíferos ares, fértil e abundante do mantimento da terra, como a abundância de muito e diverso peixe que há nesta baía, estando vizinho de dois rios que correm de excelente água” ( Alfredo Felner – Angola, pág. 546) situado na Baía que antes tinha sido apelidada por S. António e onde antes Paulo Dias de Novais tinha mandado construir um fortim. Para bajular o rei, chamou-lhe de cidade de S. Filipe de Benguela. Com São Lourenço, seu padroeiro.
Este bem que poderia ser o aspecto do rio Marimbombo ( Cavaco) que fez Cerveira Pereira a decidir-se pelo local.
Consultas: Delgado, Ralph, História de Angola 2º volume . Edição do Banco de Angola,)
2 comentários:
Fiquei fascinado com o volume de informações encontrado por aqui.
Iraldo
http://angolaemfotos.blogspot.com
EXCELENTE! UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTÓRIA E CULTURA DE ANGOLA!
Coloquei-vos um link no blogue "Bimbe".
(http://bimbe.blogs.sapo.pt)
Abraços, agradecido.
Zé Kahango
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