Os amuralhados do Jau rodeavam uma porção de uma cornija que dava para um vale com cerca de 1,5Km aproximadamente ( do lado direito da fotografia) escavado por uma ribeira. Foi construído com uma planta mais ou menos elíptica com cerca de 200m no eixo maior e uns 50m pelo eixo menor. Compõe-se de duas linhas de muralha assentes em duas cotas do terreno separadas por uns dez metros.
A linha exterior tinha provavelmente dois metros de altura (visível do lado direito) e a do interior cerca de 3m. A comunicação entre uma e outra linha era feito por um espaço em que uma das “abas” se alonga em relação à outra, protegendo assim a entrada. ( visível na foto em primeiro plano)
A linha exterior tinha provavelmente dois metros de altura (visível do lado direito) e a do interior cerca de 3m. A comunicação entre uma e outra linha era feito por um espaço em que uma das “abas” se alonga em relação à outra, protegendo assim a entrada. ( visível na foto em primeiro plano)
O muro era formado por lagetas de calcário dolomítico cortadas no próprio local. Eram colocadas com inclinação de cerca 30º para o interior da parede de forma a dar firmeza à construção. ( reparar na figura em primeiro plano)
O segundo pano de muralhas era “perfurado” por vigias ( algumas delas de perfil triangular) construídas distando cada uma três ou quatro metros, nuns casos noutras a mais ou menos um metro. Este pormenor arquitectónico a poucos cm do chão, faz suspeitar que se destinava provavelmente à colocação de uma peça de artilharia de pequeno calibre, ou serviria para lançar setas com os arqueiros ajoelhados.
Relativamente à cronologia, de acordo com o que apuramos de um conjunto de inquirições aos sobas da região, teriam sido usadas nas guerras entre Nhhanyecas e Kwanyamas durante o princípio do século XIX embora tudo leva a crer que teriam sido construídas bem antes. O padre Carlos Esterman também as situa no século XIX, presumindo que tivessem sido também usadas nas campanhas de João de Almeida.
Pelo facto de não serem evidentes a construção de cabanas com base em pedra ou à maneira Muhuíla ( a arqueologia dar-nos-ía essa informação) leva a pensar
Relativamente à cronologia, de acordo com o que apuramos de um conjunto de inquirições aos sobas da região, teriam sido usadas nas guerras entre Nhhanyecas e Kwanyamas durante o princípio do século XIX embora tudo leva a crer que teriam sido construídas bem antes. O padre Carlos Esterman também as situa no século XIX, presumindo que tivessem sido também usadas nas campanhas de João de Almeida.
Pelo facto de não serem evidentes a construção de cabanas com base em pedra ou à maneira Muhuíla ( a arqueologia dar-nos-ía essa informação) leva a pensar
que seria uma ocupação temporária, enquanto durasse a campanha militar.
Muhuíla casada ( o corpo de cone simboliza o dote em cabeças de gado ) provavelmente descendente dos antigos construtores do amuralhado (fotografia tirada por mim há 1973 numa aldeia próxima) .
Infelizmente não foi possível fazer escavações para recolha de artefactos ( à escepção de alguma cerâmica com colo decurado com caneluras) que nos indicassem se o período de utilização fora longo ou curto e quais os seus construtores/utilizadores. Era um dos muitos projectos que a equipa de estudos arqueológicos dos Cursos de Letras da Universidade de Luanda tinha em carteira em 1974/75.
Muhuíla casada ( o corpo de cone simboliza o dote em cabeças de gado ) provavelmente descendente dos antigos construtores do amuralhado (fotografia tirada por mim há 1973 numa aldeia próxima) .